Médio Oriente, Omã

VIAGEM AO SULTANATO DE OMÃ | VISITAR SALALAH E A REGIÃO DE DHOFAR | OMÃ

Eu no Wadi Dharbat-arredores de Salalah

Visitar Salalah no sul do país era algo ambicionava desde a minha primeira incursão pelo Sultanato, finalmente, e após o universo finalmente conspirar a meu favor desta vez a região de Dhofar não me escapou.

Dhofar é a região mais a sul do país, vizinha do tumultuoso Yemen, é banhada pelo mar arábico e a partir daqui aqui podemos rumar ao grandioso deserto das arábias Rub Al Khali que nos leva até à vizinha Arábia Saudita.

Mas aquilo que porventura lhe dá uma singularidade especial na região é o seu micro-clima que faz esta zona do sultanato ficar verde que nem os Alpes em pleno verão (Junho a Setembro). O Khareef ou monção em Português, como vocês devem imaginar chama a si milhares de turistas dos países do golfo, que aqui vêm banhar-se nas águas frescas dos seus wadi’s (vales), fugindo das temperaturas entre os 40 e 50º graus nessa época de que são vítimas.

À parte disto a região foi outrora a base do comércio e exploração de um produto –quiçá pouco valorizado, lembrado e reconhecido na nossa históriao Franquincenso. Talvez face a tudo isto, o seu povo os “Dhofaris” , sempre foram conhecidos por serem bravos, guerreiros e muito resistentes a não se deixarem governar facilmente por alguém de outras tribos.

Franquincenso pronto para ser colhido da árvore!

Inspirado e influenciado por uma visita à região de um casal de viajantes que admiro muito, o Viajar entre viagens da Carla Mota e do Rui Pinto, elaborámos um roteiro, visitando a região fazendo um mix de um tour com uma agência local, mas também parte de forma independente.

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ALOJAMENTOS EM SALALAH

O NOSSO ROTEIRO PELA REGIÃO:

Mesquita Sultão Qaboos em Salalah

À CHEGADA:

Chegados de Mascate num vôo interno, não perdemos tempo e, depois de instalados no muito confortável e bem localizado Al Dyafa hotel suites, fomos esticar as pernas passeando em redor da bonita e moderna Mesquita Sultão Qaboos. O ambiente da cidade à chegada com os extensos coqueirais, mangas e bananeiras remeteram-nos para um cenário muito mais tropical e africano do que propriamente a de um país do golfo e do médio oriente.

DIA 1 

TAQAH> RUÍNAS DE KHAWR RAWRI> WADI DARBAT> DESERTO “EMPTY QUARTER”

-Taqah

Cerca de 30km a leste de Salalah começamos por visitar esta vila piscatória, muito conhecida por ser  o local onde está sepultada a mãe do actual sultão e muitos dos seus familiares directos. Aqui visitámos  o Forte de Taqah  construído no século XIX pelo sheikh Ali Al Mashani, no entanto, no início do século XX o edifício tornou se a residência do governador local (wali). Foi interessante observar os vários objectos nas diferentes salas que nos ajudam a perceber as tradições e costumes das pessoas da região. Terminada a visita subimos a uma pequena colina que nos proporcionou uma esplêndida vista da vila e da praia.

-Ruínas de Khawr Rawri (Khor Rori)

Inserido no conjunto Património UNESCO-“Terra do Franquincenso” incluir estas ruínas é obrigatório para se ficar com uma ideia do grau de importância e impacto que o comércio do franquincenso teve no mundo. É verdade que olhando para as ruínas pouco podemos descodificar, mas um pequeno museu existente disponibiliza um interessante filme onde poderá ficar com uma ideia dos tempos áureos deste antigo entreposto comercial debruçado sobre o mar.

-Wadi Darbat

Wadi Darbat

Quem viaja por Omã irá perceber o quanto o povo local desespera por lugares verdes.

É por isso que este lugar é especial, sobretudo durante as monções ou Khareef entre Junho e Setembro mas é um local visitado durante todo o ano. Tudo fica verde, húmido, fresco. Tudo pelo qual qualquer Omanita desespera.  A região de Dhofar sem dúvida serve como um balão de oxigénio aos locais para quem não tem chance de ir até à Europa ou Sudoeste Asiático, para onde muitos vão em busca de verde e…diversão.

-Deserto de Rub Al Khali ou Empty Quarter

Pôr do sol no Empty Quarter

A Norte da província domina o grande deserto de Rub Al Khali, ou em inglês ,”Empty Quarter” que significa a “quarta parte vazia” e que ocupa o Sul da Arábia Saudita, o Sudoeste de Omã, Sudeste dos Emirados Árabes Unidos, e parte do Norte do Iémen.

 A encruzilhada no centro da antiga cidade comercial de Thumrayt é o lugar que nos pode levar até ao deserto que se acredita ter  começado a formar-se à cerca de 2.6 milhões de anos, durante o período “Pleistoceno”. Também se formou devido à acção dos ventos sobre as areias que ficaram a descoberto durante as mudanças climáticas.

Conforta-me saber que estou num dos maiores desertos de areia contínuos do mundo, mas tenho de ser honesto e dizer que não destronou o meu querido Wadi Rum na Jordânia, ainda assim, o céu estrelado com que fomos contemplados no nosso selvagem acampamento foi inesquecível.

Conversando à fogueira no meio do deserto Empty Quarter

DIA 2

EMPTY QUARTER> RUÍNAS DE UBAR> ESTRADA COSTEIRA EM DIRECÇÃO AO IÉMEN

-Ruínas de Ubar

Depois de um passeio de Jipe pelas dunas e de uma breve paragem para nos divertirmos a encontrar pedras com formações cristalinas no interior rumámos a Ubar, a cidade perdida conhecida pela a Atlântida das Areias”Descoberta em meados dos anos 90 do século XX, Ubar foi incluída no conjunto “Terras do franquincenso”– Património UNESCO em 2000 devido à sua importância no comércio do incenso proveniente das montanhas da região, fazendo a ligação com a costa durante séculos.

Diz-se que o lugar foi muito rico e luxuriante e há vestígios de presença humana desde 5000 anos a.C.  No local pouco há para ver senão uma pequena reminiscência do forte, mas um museu com um filme muito bem conseguido ajuda-nos a perceber toda a história desta mítica cidade.

                                                                        “O FRANQUINCENSO”

A árvore do incenso 

Nos tempos antigos, a região do sul da Arábia era denominada de Arabia Felix que significaria “terra feliz ou terra fértil”. Comparado com com o seco interior e as montanhas de pedra do norte da região, aqui o solo era muito fértil e era o lugar onde cresciam as árvores da valiosa resina.

O produto colhido das árvores -através de pequenos cortes- foi usado em rituais religiosos, para fins medicinais pela maior parte das civilizações do mundo antigo, e até usado como tributo dos Árabes aos Persas. Toneladas do produto forma enviados para o Mediterrâneo, Roma, Grécia, Egipto e Índia. O porto de Khor Rori desempenhava aqui um papel chave. É mesmo sugerido por algumas fontes que o comércio do Franquincenso foi o impulsionador do conceito de “comércio global”.

Tantos anos depois -quiça mais de 2000- o produto continua a ser o centro das atenções no património de Dhofar. A árvore -chamada de Boswelli-a cresce no Sul de Omã, no vale de Hadhramaut no Iémen e na Somália, no entanto, considera-se como a de melhor qualidade a Boswellia sacra Omanita.

Os locais dividem o incenso em 4 tipos de qualidade consoante o local de crescimento das árvores, o melhor é o que vem dos vales mais secos, e o de qualidade mais fraca a que cresce junto à costa. Basicamente a colheita é feita entre Março e Agosto fazendo pequenas incisões nos troncos, depois é esperar 3 a 5 dias que o líquido solidifique e então é recolhido.

-Estrada costeira junto ao Iémen

Pôr do sol numa praia na costa de Omã de Dhofar

É um percurso muito bonito este que fizemos desde Salalah serpentenado as montanhas numa estrada espectacular, até às bucólicas praias de Fazayah. O ponto alto para mim foi mesmo o mergulho nas mornas águas do mar arábico com várias espécies de caranguejo a fugir de nós pela praia fora.

-Salalah

Exterior da Mesquita Sultão Qaboos

Localizada junto à costa numa planície e rodeada das montanhas Qara está a capital da região de Dhofar. Mais uma vez  -e ainda que não em época de Khareef- podemos aferir da diversidade paisagística do Omã. À chegada, extensas avenidas rodeadas de coqueiros, palmeiras, bananeiras, mangueiras e outras árvores de frutos exóticos imediatamente transportam-nos para um mundo diferente. Cheira muito a África por aqui, a começar pela mais escura cor da pele dos locais.

O QUE VER EM SALALAH:

– Souk Al Haffa/Husn (ou souk do “Franquincenso”)

O mercado mais antigo de Salalah bem junto à praia e paredes meias com o palácio do Sultão Al Husn. À data da nossa visita fomos surpreendidos com obras. E que obras…basicamente segundo o que percebemos todo o mercado irá ser demolido e irão construir um novo no lugar deste. Em todo o caso ainda conseguimos encontrar muitas bancas de incenso, joalharia, artesanato, perfumarias e outras de sub-produtos do incenso como óleos, sabonetes e afins. Curioso para perceber como irá ficar este lugar depois de remodelado.

                        Uma simpática vendedora de incenso

New Souk e Old Souk

. No new souk podemos encontrar peixe fresco, frutas e vegetais e alguns restaurantes locais onde se come bem e barato. O Old souk ou Gold souk na realidade mais moderno que o Souk de Al Haffa não passa de um conjunto de lojas que vendem o muito dourado ouro de Salalah apesar de ter 24 quilates.

-Parque arqueológico Al-Baleed  e Museu do Franquincenso 

Agora também pertencente ao património UNESCO da região, Al-Baleed ou Balid é o lugar original da antiga cidade de Salalah, conhecida de Zafar, nome este que deu origem ao nome da província, Dhofar.  Grandes viajantes, como Ibn Battuta ou Marco Polo descreveram-na como uma “grande, nobre e rica cidade”. 

A maior parte das ruínas vão desde o século X ao século XV, quando a cidade se estabeleceu como um ponto fulcral na exportação do incenso e também de cavalos de raça árabe, no entanto há também vestígios da cidade do século VII e até antes. O declínio da cidade começou aquando da conquista dos portugueses das rotas comerciais para a Índia nos finais do século XV.

UM AGRADECIMENTO ESPECIAL AO VIAJANTE JOSÉ AFONSO COSTA PELO TRABALHO E DISPONIBILIDADE EM ELABORAR O ROTEIRO.

OBRIGADO E BOAS VIAGENS

Francisco Agostinho

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