O Alentejo, e em particular o sudoeste alentejano, nos últimos anos tem vindo a afirmar-se como um destino turístico singular.
Com tanto que a região tem para oferecer, as instituições públicas e os privados tiveram de pôr mãos à obra e acompanhar as necessidades dos turistas que aqui chegam em cada ano em maior número, à procura de praia, gastronomia, caminhadas, observação de aves, de festivais de música e outras activadades.
Mas também do sossego, da genuidade dos seus lugares, gentes e sobretudo da sua AINDA profunda ligação à terra e à natureza.
Essa é –para mim- a principal característica do Sudoeste Alentejano e a sua Costa Vicentina. Tudo o resto para mim aqui passa a ser “decorativo”.
E foi com esse sentimento, vontade, sonho e energia que a família criadora do espaço fez acontecer o NATURARTE-Turismo rural, dinamizando antigas propriedades familiares.
Quando as coisas são feitas com paixão e dedicação a mensagem passa facilmente e os olhos dos proprietários brilham ainda –passados 13 anos- de orgulho sempre que falam da propriedade e do sonho concretizado, mas que nunca estará terminado, será apenas uma parte do caminho.
Paira no ar a boa vontade em preservar tudo o que é tradição, sabores e saberes. São importantes os pequenos detalhes na decoração e mobilário, o aproveitamento do trabalho de artistas locais, ou a utilização de produtos regionais nas refeições, alguns colhidos na herdade, e sempre que possível de pequenos produtores dos arredores.
A preocupação com o ambiente é também uma realidade e a propriedade recorre ao uso das energias renováveis, assim como o uso de plantas locais no jardim para minimizar as necessidades de rega, colocando a relva de parte dando lugar às ervas aromáticas ou a alfazema e rosmaninho.
Todavia, importante para mim foi também a recepção dos colaboradores. Logo à chegada fui recebido com um sorriso, acompanhado de um café servido directamente da cozinha que emanava um cheirinho a biscoitos fabuloso! Além de me ter sido oferecido um vinho local.
Depois do check-in, prontamente me informaram de que o pequeno-almoço é servido entre as 9.30h e as 12h. Percebi a mensagem, percebi o conceito. Relaxa rapaz.
Demorei alguns minutos a entrar no espírito, mas o ideal aqui é isso mesmo, não fazer nada. No entanto se estiver interessado em alguma actividade pode simplesmente balouçar na rede da horta, passear com os cavalos, jogar ténis, fazer uma caminhada até a aldeia de São Luís ou quiça ler um livro na sala da casa principal. Ainda assim se estiver cansado do “dolce fare niente”, pode sempre em 15 minutos chegar à Costa atlântica, e acalmar o nervoso miudinho -se for o caso 😉
Uma experiência a repetir, sem dúvida, mas da próxima vez com a família. E era neles que pensava ao passear pelos corredores da herdade e pelos caminhos do seu entorno.
Ainda antes de partir, fui ainda convidado a visitar o NATURARTE-RIO, um espaço dos mesmos proprietários com um conceito um pouco diferente , mais próximo a Vila Nova de Milfontes com vista para o Rio Mira. Aqui a ideia é mesmo “não ser incomodado” e o contacto com os outros hóspedes pelo menos não é incentivado.
Fiquem cientes que fiquei hospedado no NATURARTE no âmbito do honroso convite do Município de Odemira, inserido numa “press trip” de promoção do concelho.
Todavia, não me foi pedido NEM PELA ENTIDADE PROMOTORA, NEM PELA GERÊNCIA DO ALOJAMENTO que mencionasse este espaço. Faço-o de bom grado porque além de o ter experenciado, entendo que é um lugar que merece ser referenciado e que espaços como este podem ser um bom chamariz para visitar esta bela região de Portugal!
Verdade que tal como o NATURARTE, há dezenas de herdades e alojamentos, a oferta tem crescido, acompanhando a procura, tanto na quantidade como na qualidade. É uma questão de procurar qual vai de melhor encontro aos vossos desejos! Não é para todas as bolsas, mas lá diz o velho ditado; um dia não são dias!
Serei sempre honesto convosco, e essa é sem dúvida uma das minhas principais linhas orientadoras, seja na vida blogueira seja na pessoal!
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