Se alguma imaginava há uns tempos que iria ao México…mas fui. Em ano de pandemia foi sempre um dos países abertos sem quaisquer tipo de restrições ou requisitos específicos, o que ajudou de sobremaneira a conhecer o país dos mariachis, dos pueblos coloridos e da sua famosa culinária. Posto isto, a primeira edição 100 Rota da viagem ao México aconteceu em Outubro/Novembro de 2021 e “por supuesto” tinha de embarcar.
As praias? Sim, devem ser brutais mas para já havia outro México para ver, este das belas praias e cenotes ficará para quando tiver mais de 75 verões.
A Cidade do México
Começo pela surpreendente Mexico City muito mais tranquila e aprazível do que estava à espera, e com museus e espaços culturais a cada esquina, para além da casa-museu Frida Khalo que há muito ambicionava visitar. Mas atenção; isto no centro histórico. Os arredores são outra história.
Puebla
Às vezes é preciso esperar após o término de uma viagem para absorver tudo e olhar para trás. Ao invés da sensação que fiquei no final da viagem, depois de ver todas as outras, hoje penso em Puebla e digo: “Que cidade incrível.” A cada esquina parecia tolinho a olhar para as cores, para as portas, para as janelas, para as igrejas, para os cafés, para a música, para as lojinhas e feirinhas de artesanato e recuerdos. Que vida! Tomem nota: era véspera de dia dos mortos.
Oaxaca
Talvez fosse o efeito das comemorações do dia dos mortos. Talvez. A verdade é que esta foi a cidade onde mais carácter senti. Um cidade menos “pintadinha” que Puebla por exemplo (mesmo tendo adorado Puebla também). Terá sido apenas pela arquitectura diferente ou pelos mercados mais autênticos. Oaxaca foi mais México para mim.
Guanajuato
Ficou no primeiro lugar das minhas preferências e de 90% das pessoas do nosso grupo, diria. A grande diferença para as outras cidades mexicanas é o ambiente que se respira, o sentimento de proximidade, de aconchego dado pela paisagem com as montanhas em redor, e os sorrisos mais sinceros partilhados pelos locais. Guanajuato encanta.
Igreja San Juan de Chamula
Esta igreja parece uma igreja cristã católica normal, mas não é. Tanto não é que o Vaticano decidiu excomungá-la. Lá dentro o que acontece é tudo menos uma cerimónia religiosa católica convencional. O solo está coberto de feno e velas, e o ar repleto de fumo. Essas velas são acompanhadas de rezas e cantos ritmados e monocórdicos nas línguas indígenas locais. Aqui, ainda muitos não acreditam na medicina convencional e os rituais para curas de maleitas são o principal motivo a que acorrem os peregrinos.
Também há agradecimentos em resultado das boas colheitas, do bom tempo ou outras questões mundanas do dia a dia de cada um. A única palavra que me ocorreu no dia em que a visitei foi: intenso. É proibido tirar fotos no interior.
A Culinária
Gostei. Foi uau? Não. Basicamente porque tudo nestas coisas gira à volta das expectativas. Não me conti e as expectativas foram demasiadas. Não correspondeu. Não obstante, houve um momento em que do alto da minha sobranceria culinária quase fui correspondido. Onde? Num almoço em casa de uma família na vila de Zinacantán, perto de San Cristóbal de las Casas. Talvez seja mesmo isso, procurar comidinha caseira e da mamã. Sempre.
Viver o dia dos mortos!
A celebração cultural mais importante do México não deixa ninguém indiferente. Era um sonho de há muito e a 100 Rota ajudou-me a cumpri-lo. Celebrar a morte é algo que para nós é estranho. Ver pessoas sentadas em campas a comer pipocas e ouvir Thalia (cantora famosa mexicana) é algo te toca. Muito resumidamente, para eles é apenas mais um passo na caminhada para o além. Acho que é uma das coisas obrigatórias a vivenciar antes de sermos nós próprios a caminhar para o dito cujo.
Boas viagens!
Francisco Agostinho | 21/12/2021
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