A Nossa Maior Viagem, Dicas

VIAJAR COM CRIANÇAS | A nossa primeira grande viagem | BALCÃS

Olá viajantes!!

Finalmente conseguimos realizar a nossa primeira grande viagem, agora a três! Foi uma rica experiência e sobretudo uma grande aprendizagem, até mesmo a nível de relação intra-família. 

O destino eleito foi a região dos Balcãs onde um de nós já tinha estado anteriormente, e visitámos vários países alugando um carro à chegada no aeroporto de Zagrebe na Croácia.

É assim com especial e imenso prazer que partilhamos convosco este artigo. Esperamos assim contribuir um pouquinho para responder a alguns possíveis receios ou dúvidas que tenham, caso pretendam viajar em família e com crianças. Vamos a isso ??

Antes de mais, cada caso é um caso e todos nós somos diferentes. Uau! Grande descoberta…Mas é isso mesmo, não estamos aqui a dar lições a ninguém, só pretendemos ajudar contando a nossa experiência, o que foi bem e o menos bem. Sem filtros.

—————————————————————————————————————————————–

1-ANDAR DE AVIÃO

Foi a primeira vez do nosso Rafael que contava à data uns “longos” 2 anos e 6 meses de idade. Tínhamos muita curiosidade, e claro -não escondemos-  algum receio em perceber como se iria portar o cachopo, perante tanta coisa diferente a acontecer. Foi muito bom. Ficou entusiasmadíssimo ao ver os aviões que auto-proclamou serem, “POPÓs DO CÉU”. Já no seu interior, após querer mexer em tudo e mais alguma coisa, como o cansaço era grande volvidos 30/40min adormeceu ao colo da mãe.

A viagem incluiu uma escala o que até nem foi mau pois assim permitiu voar mais mas menos horas de cada vez. Duas horas para Paris, duas horas para Zagreb e está feito.

Nada de choros com a pressão a descolar  assim como a aterrar.

O que teríamos feito de forma diferente: Os horários dos vôos. Conhecendo a rotina do nosso pikeno hoje teríamos optado por um vôo a meio da tarde ou quiça mesmo ao fim da tarde, chegando porventura  já de noite ao destino. A nível de cansaço cremos que teria sido menos exigente fisicamente.

2- BRINQUEDOS/MALA extra 

Não fomos carregados. Limitámo-nos a levar o peluche preferido e mais 3/4 brinquedos que achámos que lhe interessariam mais. Tudo o que levámos para ele coube na sacola com que andamos por cá também -que podem ver na foto abaixo. Fraldas e afins fomos comprando nos supermercados locais à medida que precisávamos.

Um ou outro brinquedo que lhe despertou mais atenção acabámos também por comprar lá.

O que teríamos feito de forma diferente: Nada.

3-COMIDA

Outro ponto em que estávamos algo apreensivos. Como iria ser? Teríamos de fazer sopa? Haveria papas ou outra forma de contornar o problema caso ele não quisesse comer a comida local? Tudo questões fundamentais para nós.

É verdade que ele não comeu como come aqui em casa. Sucede, que uma das primeiras coisas que aprendemos a interiorizar é que nosso gaiato quando tem MESMO fome come tudo o que lhe puserem à frente

Além disto, como a maioria dos nossos alojamentos foram em apartamento com cozinha, tivemos ainda hipótese da fazer sopa para não mudar radicalmente a sua alimentação nas quase 3 semanas de viagem. No resto comeu muito pão, muitas bananas…e iniciou-se nos gelados, fortemente. Mas só em viagem!!!

O Cevapiprato tradicional dos Balcãs- foi o preferido dele. O arroz e as batatas são outra boa alternativa universal e que resulta sempre.

O que teríamos feito de forma diferente: Não insistiríamos tanto para que ele comesse. Keep calm” Quando ele tiver mesmo fome há de comer ;-)”

4- A SESTA

Outra questão importante para os miúdos que ainda a fazem. O nosso não dispensa depois de almoço pelo menos uma hora de sono. Não acontecendo, é a loucura…

Acontece que como estávamos em mudança de casa de 2/3 dias em 2/3 dias, a novidade à chegada fazia sempre com que o sono se fosse. Não havia volta a dar. Não dorme, não dorme. Nada a fazer. Dormia mais de manhã, ou recuperaria no dia a seguir, ou adormeceria no carro durante a viagem. Não obstante, na grande maioria dos dias conseguimos que descansasse à tarde, não dormindo alguns…paciência, como diz o velho ditado: “Um dia não são dias”.

O que fizemos foi aproveitar bem as manhãs, descansar à tarde e sair ao final do dia. Foi o melhor para todos.

5-VISITANDO OS LUGARES

Não pôde ser exactamente como nós (pais) quisemos, teve de haver cedências. Visitámos e fizemos quase tudo, ainda assim o ritmo naturalmente teve de ser adaptado. Mas houve algum problema nisso ?? Para nós não, já o calculávamos de antemão, mesmo não sendo exactamente como desejávamos, ter o privilégio de poder mostrar ao nosso miúdo tantas coisas diferentes fez-nos ficar muito felizes, e o mister agradeceu.

 

Numa rua em Gjakova-Kosovo

O que teríamos feito de forma diferente: Levado uma mochila que desse para transportar às costas este matumbo de 13Kg. As minhas costas e braços agradeciam. Já passou…

 

6- NOS RESTAURANTES

Parece de somenos importância mas não é. Poderia estar incluído no ponto 3 mas decidimos dar-lhe exclusividade. Em viagem com crianças mais pequenas são potencialmente locais que podem causar mais stress, mais birras. Com o nosso não é fácil. Permanecer sossegado durante mais de…30min é obra, e já sabemos de antemão que uma ida ao restaurante é sempre um desafio. Não queremos perturbar os outros clientes, por isso, ou demoramos o menos possível, ou há que acalmar a fera. Perdoem-nos a sinceridade.

Enquanto o moço não aprende que tem de estar sossegado à mesa, hoje em dia optamos sempre que possível por levá-lo com o máximo de fome possível. O rapaz vai tão esganado que só pensa em comer. Depois é entertê-lo…haja imaginação.

Passeando por Pocitelj na Bósnia-Herzegovina

 

7-NO CARRO

Nesta nossa experiência optámos por viajar dentro da região dos Balcãs alugando um carro. Levámos a nossa cadeirinha de casa (que normalmente as companhias aéreas deixam transportar de forma gratuita) poupando uns trocos com a rent a car. Foi uma boa opção alugar carro. De outra forma iríamos estar muito condicionados com os horários dos transportes e muito provavelmente não iríamos visitar nem metade do que visitámos. O nosso filho gosta de andar de carro, mas como qualquer pessoa satura-se e fica cansado, como é óbvio íamos sempre parando e fizemos o circuito de forma a não percorrer grandes distâncias num só dia.

O que teríamos feito de forma diferente: Talvez se fosse hoje, a meio da viagem teríamos optado por ficar 4/5 dias no mesmo lugar ao invés de o ter feito só no final. 

 

8-IR AO ENCONTRO DE ALGUMAS ROTINAS

Apesar de estarmos em viagem e em férias, sempre que possível fizemos aquilo que fazemos cá. Idas ao parque por exemplo. Descobrimos sempre nas cidades ou vilas que havia parques infantis e acabávamos por passar lá grande parte das manhãs ou fins de tarde. Foi muito bom, até porque além de ele interagir com miúdos de outras nacionalidades, nós também entrávamos no espírito com os respectivos pais.

Grande forma de entrar no espírito local e conhecer novas pessoas.

Claro que não partimos para esta viagem virgens, isto é, ao longo do ano sempre que possível saímos nas folgas. Sabe bem fugir à rotina e para o miúdo também pois “aprende a sair de casa”, até porque no regresso sentimos que sabe dar mais valor ao que tem e ao conforto.

Cada pai cada mãe saberá o que é melhor para o seu filho, por isso não vejam isto como DICAS por favor. Esperamos tão somente que com o nosso relato possamos de alguma forma encorajar a dar o primeiro passo a quem se sentir hesitante. SEM FILTROS, SEM SER TUDO COR DE ROSA, mas sim MAIS MOMENTOS, MAIS HISTÓRIAS VIVIDOS EM FAMÍLIA E COM OS VOSSOS FILHOS. E acreditem, naqueles dias que são menos bons em viagem irão ser acrescentados de futuro gargalhadas em casa no momento em que os recordarem.

 

A nível pessoal confessamos que foi sobretudo mais uma aprendizagem para nós do que propriamente para ele. Reconhecemos isso e sabemos também que estamos a aprender a ser pais, da forma que achamos mais conveniente.

Muitas vezes são os nossos medos que limitam certas coisas. As crianças de uma forma geral adaptam-se muito bem a novos ambientes, estão despertos a tudo e são como uma esponja, não têm preconceitos -ao contrário dos adultos- e o que querem apenas é descobrir, aprender. Para eles não há fronteiras, não há meninos estrangeiros, ou de outra cor. São meninos. 

Resta-nos “mostrar lhe e ensinar” como caminhar, mas caminhar terá de ser o próprio.

QUE NUNCA O FACTO DE TERMOS FILHOS SEJA IMPEDITIVO DE FAZER SEJA O QUE FOR…SÓ TEM DE SER DIFERENTE.

BOAS VIAGENS E ATÉ JÁ!!!

 

O NOSSO ROTEIRO DURANTE 18 DIAS:

Deixe um comentário