Portugal

SAL SEM MAR | Visitar as SALINAS DE RIO MAIOR

Neste dia de Domingo o sol estava forte e o céu azul estava firme. Depois do tradicional almoço de família –e como agora o gaiato já não dorme a sesta- decidimos fazer um passeio pela região. A praia estava longe de ser uma hipótese, e outros lugares apetecíveis eram demasiado longe para partir aquela hora do dia.

Subitamente já a caminho de “não sei bem onde nem o quê” lembrámo-nos de ir visitar as Salinas de Rio Maior.

Situadas no sopé do Parque Natural das Serras d’Aire e Candeeiros, a cerca de 5 km de Rio Maior, 30km do mar, 50km de Leiria e a 75 km a Norte de Lisboa encontramos as únicas salinas de interior em Portugal!

Sal recolhido dos talhões de água

Surpreendentemente quando chegámos vimos muitos turistas num lugar que esteve na iminência de acabar devido à pouca rentabilidade e abandono dos vários proprietários. Creio que foi primordial o impacto do turismo e do aumento do interesse por produtos genuínos, locais e mais saudáveis.

Mas como é que a cerca de 30km do mar pode haver salinas ?

Segundo a história recolhida no local, deve-se à natureza calcária da região que faz com que haja inúmeras falhas na rocha, criando deste modo correntes de água e lençóis de água subterrâneos devido as àguas da chuva. Acontece que uma dessas correntes de água atravessa uma extensa jazida de sal-gema formada há milhões de anos, depois do recuo do mar que outrora ocupou a região, colocando à mercê do ser humano um recurso extremamente valioso.

Como é retirado o sal ?

Antigamente a água -cerca de sete vezes mais salgada que a do mar- era retirada do poço que existe no centro das salinas – o tal alimentado pela jazida de sal- manualmente, com um esforço herculiano. Hoje em dia essa operação é feita através de de um motor e depois distribuida pelos vários tanques que estão ligados entre si.

Os tanques para onde é conduzida a água e depois retirado o sal.

Depois de evaporada a água, o sal é raspado com pás e posto a secar cerca de 3 dias e de seguida levado em carro de mão ou às costas para o armazém geral da Cooperativa criada em 1979, para responder às necessidades de produção e iniciar uma comercialização integrada entre os proprietários.

Aqui a única transformação que o sal poderá sofrer é ser moído ou não. Não há quaisquer tratamentos químicos ou adição de outros ingredientes.

Sal à espera de ser recolhido

Como visitar as Salinas?

O acesso é completamente livre. Podemos inclusivé passear entre os tanques e se tivermos sorte ver algum trabalhador.

Hoje em dia, e graças ao número crescente de visitantes está criada um bom número de restaurantes, informações e lojas com produtos derivados das salinas muito para além do sal simples como; misturas de sal com ervas aromáticas para tempero de comida, flor de sal ou queijinhos de sal.

As famosas casas de madeira, o que eram e o que são?

Hoje em dia são de uma forma geral casas de comércio, mas era aqui no passado –antes da criação da cooperativa– onde era armazanado o sal. O facto de serem em madeira tem a ver com as características corrosivas do produto.

As casinhas de madeira das salinas de Rio Maior
Um antigo armazém transformado em taberna

DICAS DE VIAGEM: Para quem mora na região visitar as salinas por si só sem dúvida vale a pena, para quem vem de longe, e tem poucos dias acredito que possa ser difícil encaixar esta visita havendo tantas coisas para visitar no país, no entanto poderá facilmente conjugar com uma visita ao Mosteiro de Batalha, Alcobaça ou mesmo com o Santuário de Fátima.

Se alugar carro em Lisboa é muito fácil, basta para isso tomar a antiga estrada N1-IC2 que liga Lisboa ao Porto, e fazer um desvio de 5/6km.

De transportes vindo de Lisboa a única solução é apanhar um atocarro/ônibus da Rede Expressos na estação de Sete Rios, aqui peça bilhete para Rio Maior. Chegados a Rio Maior o mais prático mas porventura com um custo elevado é o táxi. Há transporte público que passa perto das salinas –nomeadamente o autocarro/ônibus para a localidade de Alcobertas– mas é limitado à época escolar.

Se estiver interessado em ficar alojado na região há boas opções, a região é bonita e não se esqueça que está a dois passos do Parque Natural da Serra d’Aire e Candeeiros (consultem o que há para fazer aqui no link dos meus amigos do Viajar entre Viagens)

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