Para quem já pesquisou algo sobre Omã certamente já reparou que este país foi abençoado no que diz respeito às suas montanhas.
Impressionam mesmo. Para mim que sou leigo na matéria a nível geológico, diria que me impressionam devido ao seu formato e grandiosidade e ao tipo de rocha que as compõem. São mesmo diferentes de tudo o que tinha visto.
Sem querer entrar sequer no mundo da geologia, fiz uma pequena pesquisa e partilho convosco porque me pareceu muito interessante e de boas fontes: “… São uma das formações geológicas mais bem preservadas no planeta de material “Samail ophiolite” que normalmente é formado no fundo do mar . No entanto, a maior característica geológica é nos dada pelo “Moho”, a superfície limítrofe entre a crosta terrestre e o manto da Terra, o qual está escondido entre 35 a 70km abaixo das plataformas continentais e só pode assim ser contemplado à superfície em Omã.” In: www.oman-tours.com
Fascinante, não ?
A cordilheira “Al-Hajar” é maior cadeia montanhosa no leste da península arábica e separa a planície litoral de Omã do seu planalto desértico. “Al-Hajar” significa mesmo “montanhas de pedra”, e é isso que são.
Aldeia de Misfat Al Abreyeen
Para mim a escolha de Nizwa como base para explorar a região foi mais do que lógica dado estar situada praticamente a meio caminho entre os dois pontos principais que pretendia visitar. O Jabal Shams e o Jabal Akhdar.
JABAL SHAMS:
Jabal Shams é a montanha mais alta de Omã e fica na parte Oeste da cordilheira “Al-Hajar” a cerca de 90km de Nizwa. Com o seu “Grand Canyon das Arábias”, caminhadas de cortar a respiração, muitas possibilidades de aventuras 4×4 e espaço livre infinito para acampar, este local é um “must-see” em Omã.
Cheguei aqui a meio da tarde vindo de Bahla e Jebreen num carro normal mas aconselho a fazerem de Jeep. Andei um pouco por ali a contemplar a grandiosidade das montanhas e o silêncio. Fartei-me de tirar fotos mas poucas conseguem dar uma ideia da beleza da zona. Tirei a minha primeira “selfie” e fiquei até ao pôr do do sol, já de noite parti.
Pôr do sol em Jebel Shams
JEBEL AKHDAR:
Visitei esta parte das montanhas já no último dia de viagem. Tinha lido algures que era apenas acessível por 4×4 mas mesmo assim decidi arriscar. Correu mal.
A estrada é MUITO MELHOR que o acesso ao Jebel Shams, contudo existe um checkpoint da polícia no início da subida e é mesmo impossível seguir com um carro normal.
Porquê então o checkpoint??
Passo a explicar a minha elaborada teoria: A maior parte das viaturas aqui são de mudanças automáticas e pelo que me apercebi é bem mais difícil usar o motor para travar. Assim, com as acentuadas e longas inclinações da estrada corria-se o risco de muita gente ter de ir “parar às couves“- (expressão portuguesa). Se aí os conhecedores souberem de outra razão, por favor partilhem !!
Por sorte e já quase decidido a voltar para trás um simpático casal francês de Nantes “montados” no seu Jeep pergunta-me se quero ir com eles, e eu claro aceitei.
Situado a cerca de 45km de Nizwa está aquela que em português se chama a “Montanha verde“. Conhecida sobretudo pelo seu clima quase mediterrânico, quem visita esta zona poderá encontrar algo que não encontra em parte alguma do Sultanato. Devido ao seu micro clima produzem-se aqui vários frutos tais como: Ameixas, figos, maçãs, pêras e romãs que até são consideradas como das melhores do mundo! Sem esquecer a sua famosa água de rosas, que é produzida nas várias aldeias Omanitas espalhadas pela região.
Como vim à boleia estava limitado ao que eles pretendiam fazer, assim não estive aqui muito tempo, contudo ainda deu para fazer uma caminhada por entre uma pequena aldeia no topo da montanha, conhecer um senhor de idade que produzia água de rosas e que me mostrou todo o processo em árabe…(portanto estão mesmo a ver que percebi tudo!) e ainda escutar um chamamento para a reza da tarde feita por uma criança, coisa que nunca tinha ouvido no mundo árabe.
Pequena Mesquita em aldeia de montanha.
Tive pena de não poder explorar melhor o local, principalmente todas aquelas aldeias no fundo do vale que avistava lá bem do alto, mas estava dependente, e quem me conhece sabe como gosto de nas viagens ser INdependente. Mas não sou mal agradecido, não fora o casal e nem sequer teria visto o que vi.
Vale no Jbel Akhdar
COMO IR: Fácil, alugue em Nizwa ou Muscat uma viatura 4×4 e parta à aventura. Em Muscat encontra muito facilmente vários rent a car. Em Nizwa é bem mais difícil mas eu estou aqui para isso, veja aqui:
MAJAN GUESTHOUSE NIZWA: 00968 9900 51 74
ONDE DORMIR: Existem alguns alojamentos lá bem no alto das montanhas, podem ver aqui: Booking.com. Aconselho a quem possa e que goste de acampar que o faça.
Mayte Scaravelli
15 Julho, 2017Que experiência!
Também gosto de ser independente durante as minhas viagens, mas confesso que iria adorar o convite de um casal de franceses para conhecer essa belíssima região! E a experiência de conhecer novas pessoas e uma nova cultura? Conta muito, não é mesmo?
Mas só de ler Grand Canyon, pôr do sol e aventura com um 4×4 minha mãe já coçou para colocar esse destino na lista! Quando cheguei na parte onde um senhor da aldeia lhe mostrou como é produção da água de rosa matou a pau, pois como já disse adoro essa interação com pessoas diferentes.
Valeu pela dica 😉
projecto100rota
19 Julho, 2017Bota o péna estrada Mayte ! Adorei sua expressão “matou o pau” ! Encontramo-nos por Omã !!
NiKi Verdot
15 Julho, 2017Uouuu que show! Que experiência! Não conheço absolutamente nada destes lados (ainda), mas sou louca de vontade. Além da aventura e belíssimas paisagens, ainda oferecem muita história. Deve ser realmente mto legal!
projecto100rota
19 Julho, 2017É isso mesmo Niki, em breve encontramo-nos lá!
Andrea
16 Julho, 2017Muito bacana a postagem… e as fotos estão incríveis!!! Parabéns!
projecto100rota
19 Julho, 2017Obrigado Andrea bos viagens!
Analuiza (Espiando Pelo Mundo)
16 Julho, 2017Estou boquiaberta com estas paisagens, ao mesmo tempo árida e exuberante! Amaria perder-me por aí, em contemplação.
Provaste alguma fruta?! Ah, estas interações onde a comunicação (sobre a água de rosas e seu fabrico) se dá sabe-se lá como, me fascinam!!!!!
projecto100rota
19 Julho, 2017Provei romã e é deliciosa devido ao clima ser seco. Tens de ir Analuiza!
Marcia-blog Mulher Casada Viaja
17 Julho, 2017Também adoro montanhas e saber porque umas ou outras nos fascinam mais é importante – sem precisar ser geólogo! Que lugares incríveis!
projecto100rota
19 Julho, 2017Heheh bem verdade !
Luiz Jr. Fernandes
17 Julho, 2017Olá! Tudo joia!? Tá aí um país que tenho grande vontade de visitar. Acredito que deve render fotos incríveis um roteiro como esse que vocês sugeriram! Abraços!
projecto100rota
19 Julho, 2017É mesmo Luiz ! Abraço!
Klécia
17 Julho, 2017A geografia desse lugar impressiona muito! Encantadoras as cores, os formatos… E a foto do por do sol tá tão linda que só consigo imaginar que foi um momento mágico. A experiência de inserção cultural é desafiadora em tantas maneiras, e acaba por ser life-changing. Tenho certeza que essa viagem significou muito pra ti, como viajante e como ser humano. E deu vontade de assistir – melhor de participar – desse momento com o senhor te ensinando sobre água de rosas. Memória pra levar pra vida! 🙂
projecto100rota
19 Julho, 2017Obrigado Klécia pelas tuas palavras !
Deisy Rodrigues
18 Julho, 2017Que lugar mais peculiar e um destino super fora do comum, adorei seu relato e suas fotos estão lindas demais. Parabéns pelo post.
projecto100rota
19 Julho, 2017Obrigado Deisy!
Renata Rocha Inforzato
22 Julho, 2017Olha, é difícil achar textos com relatos tão envolventes e bem escritos! E ainda mais sobre países exóticos. Adorei mesmo…
projecto100rota
29 Julho, 2017Sério Renata ? Que bom que gostou, Obrigado!